Sun Tzu em “A Arte da Guerra” diz que há 5 opções
para ganhar uma guerra:
1. Disciplina; 2. Conhecer o Tempo (clima); 3.
Conhecer o Espaço (a geografia e a realidade do país); 4. Doutrina
(convicções); 5. Comando
Trabalho
de Base: (O que nos move é a esperança: 1 Pe 3.15 antes, santificai a Cristo,
como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo
aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós,)
1.
Dizer para que veio.
Jesus
Cristo disse em Mc 1.15 e Lc 4.43 para que veio: construir o Reino de Deus.
Dividir
logo – não fazer acordos e conciliar, para saber logo quem é amigo e quem é
inimigo.
Mt
10.34 Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada.
Mt
12.30 Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha.
2.
Procurar quem ninguém quer.
1
Co 1.28 Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e
aquelas que não são, para reduzir a nada as que são;
Procurar
quem não está nos Movimentos da Esquerda e Sindicatos.
3.
“Fazer Milagre” – Realizar uma ação concreta. Para juntar a multidão tem que
fazer algo: tirar prefeito, delegado, etc.
Revolução
se constrói com enfrentamento não com conversa. Ações bem definidas conseguem
convencer e se começa com o inimigo mais fraco. USA nunca ataca um país forte,
sempre um fraco.
Fazer
o que é possível e não o que a gente quer – Fazer o que a gente não quer por
primeiro, mas que o povo quer. Padre no Nordeste insiste com o povo para cavar
um poço para ter água. O povo queria arrumar e ajeitar o cemitério. Quando o
padre topou arrumar o cemitério o povo depois foi cavar um poço.
4.
Antes de chegar à Jerusalém tem que percorrer todos os povoados. Tem que
conhecer a realidade do país e do povo.
5.
Sem grupo ninguém tem medo de ti.
6.
Todos têm talentos – cabe à liderança conhecer e descobrir.
7.
Fugir quando querem endeusar a gente.
8.
Grupo forma líder. Maior função de um líder é formar um grupo; ir de casa em
casa.
Lc
10.1 Depois disto, o Senhor designou outros setenta; e os enviou de dois em
dois, para que o precedessem em cada cidade e lugar aonde ele estava para ir.
A
reunião faz a base – corpo a corpo com insistência e não desistir de conversar
e insistir. Compreender as manias do povo, de sua resistência de não se
envolver logo.
9.
Não se faz luta com quem tem tempo, mas com quem precisa.
Mt
8.21 E outro dos discípulos lhe disse: Senhor, permite-me ir primeiro sepultar
meu pai. 22 Replicou-lhe, porém, Jesus: Segue-me, e deixa aos mortos o sepultar
os seus próprios mortos. (Talmud diz que quem não vai ao enterro do pai perde a
herança. Herança - propriedade privada dos meios de produção - é mais importante
que seguir Jesus Cristo.)
10.
Ninguém está no grupo por obrigação, mas por escolha.
Mt
19.27 Então, lhe falou Pedro: Eis que nós tudo deixamos e te seguimos; que
será, pois, de nós?
A
gente escolheu trabalhar com o povo, de fazer militância porque temos
esperança, sonho – fizemos uma escolha – ter convicção – escolha de vida.
11.
Perseguição faz parte do processo – cruz é resultado da luta.
Mt
16.24 Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si
mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.
12.
Quem financia a luta é o povo.
Mc
6.38 E ele lhes disse: Quantos pães tendes? Ide ver! E, sabendo-o eles,
responderam: Cinco pães e dois peixes. 39 Então, Jesus lhes ordenou que
todos se assentassem, em grupos, sobre a relva verde.
Organizar
o financiamento via grupos que descobre que tem a comida necessária.
O
povo que não financia sua luta não vai entender a sua libertação.
13.
Militante cumpre tarefa, nunca volta sem resultado.
Foi,
não teve reunião – volta e faz visita de casa em casa e conversa com o povo.
14.
Todo resultado deve ser divulgado.
Mc
1.40 Aproximou-se dele um leproso rogando-lhe, de joelhos Se quiseres,
podes purificar-me. 41 Jesus, profundamente compadecido, estendeu a mão,
tocou-o e disse-lhe: Quero, fica limpo! 42 No mesmo instante, lhe
desapareceu a lepra, e ficou limpo. 43 Fazendo-lhe, então, veemente
advertência, logo o despediu 44 e lhe disse: Olha, não digas nada a
ninguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que
Moisés determinou, para servir de testemunho ao povo. 45 Mas, tendo ele
saído, entrou a propalar muitas coisas e a divulgar a notícia, a ponto de não
mais poder Jesus entrar publicamente em qualquer cidade, mas permanecia fora,
em lugares ermos; e de toda parte vinham ter com ele.
15.
Só a multidão é capaz de enfrentar o poder. Revolução não se faz com
vanguardas, mas com a massa. O momento é de convencer a multidão porque estamos
numa democracia. Numa ditadura é mais difícil.
16.
Todo trabalho deve levar os oprimidos caminhar com seus próprios pés. Nada de
criar dependência, achar que a gente é insubstituível, é ter sede de poder,
querer ser chefe.
Quanto
mais pés, mais coices. Antes de Jerusalém tem que percorrer a Palestina para
conhecer e convencer para a luta. Ao disputar o poder tem que derrubar cercas:
caçar prefeito, etc.
Tentativa de Síntese Programática
WLADIMIR POMAR
Estudando com atenção os diversos pontos apontados pelo
documento “Mudar para sair da Crise...”, e tendo em conta possíveis adendos a
ele, pode-se fazer uma tentativa de síntese programática, congregada em dois
grandes eixos, um de adoção imediata e emergencial, e outro de longo prazo.
O eixo de adoção imediata e emergencial comporta três grandes políticas:
1. Contrapor-se a qualquer tipo de golpe institucional;
2. Mudar a atual política econômica;
3. Revigorar e democratizar o papel do Estado.
I. Contrapor-se a qualquer tipo de golpe
1. Contra qualquer tipo de
golpismo que ameace a vontade expressa pelo povo nas urnas e as liberdades
democráticas;
2. Contra a criminalização dos movimentos sociais e da política,
implícita nas manifestações abaixo:
2.1. Redução da maioridade penal;
2.2. Extermínio da juventude pobre e
negra das periferias;
2.3. Machismo e a homofobia;
2.4. Racismo e violência que abate
indígenas e quilombolas.
3. Pela retomada da bandeira de luta contra a corrupção
exigindo:
3.1. Paralisação dos vazamentos
seletivos e a democratização das informações;
3.2. Amplo direito de defesa aos
acusados;
3.3. Aplicação da proibição das
contribuições privadas a partidos e candidatos a campanhas eleitorais.
4. Pela unificação da esquerda em torno de:
4.1. Manutenção e ampliação das
liberdades democráticas;
4.2. Mudança da política de ajuste
recessivo para evitar o sacrifício da maior parte da população;
4.3. Adoção de uma política econômica de
desenvolvimento econômico e social.
II. Mudar a atual política econômica
1. Derrubar a taxa de juros reais a um patamar que
torne mais atrativo o investimento produtivo, ao invés do investimento
financeiro;
2. Combater a inflação fundamentalmente através do
aumento da oferta de alimentos e bens industriais não duráveis para o mercado
doméstico;
3. Alongar o pagamento da dívida pública;
4. Controlar o câmbio através de uma política
administrativa que o torne favorável tanto às exportações quanto às importações
de bens de capital;
5. Cumprir integralmente o Orçamento;
6. Impulsionar um plano de obras públicas
prioritárias destinadas a resolver os problemas de:
6.1. Transportes urbanos de massa;
6.2. Saneamento e abastecimento de água;
6.3. Habitação popular;
6.4. Infraestrutura de saúde e educação;
6.5. Criação de empregos.
7. Regulamentar a atração de investimentos externos:
7.1 Impedir investimentos de
curto prazo;
7.2 Criar obstáculos a
investimentos que visem a compra de plantas industriais, comerciais e de
serviços já existentes;
7.3 Estimular os investimentos
em novas plantas industriais que adensem as cadeias produtivas nacionais e a
infraestrutura logística.
III. Revigorar e democratizar o papel do Estado
1. Adotar medidas para desfazer o sistema de cartel
que predomina no setor de engenharia e construção:
1.1. Garantir a ampla concorrência das
empresas nas obras públicas, independentemente de seu tamanho;
1.2. Recuperar a capacidade operacional,
de gestão e de investimentos das corporações e demais empresas do setor;
1.3. Manter o controle nacional sobre
esses grupos.
2. Definir um projeto nacional de reestruturação
democrática de todos os setores monopolizados ou oligopolizados por corporações
nacionais ou transnacionais:
2.1. Estimular o crescimento do número
de empresas que sejam capazes de incrementar a produtividade, nivelando-se ao
padrão tecnológico internacional;
2.2. Estimular o crescimento do número
de empresas com produtividade média e baixa, capazes de garantir alto nível de
emprego e reduzir a força de trabalho excedente;
3. Transformar todas as estatais existentes,
incluindo os bancos públicos, em operadoras e incentivadoras produtivas,
cabendo a elas:
3.1. Aumentar e aprofundar a articulação
de apoio ao desenvolvimento das cadeias produtivas, estatais ou privadas,
melhorando a capacidade de gestão das empresas, ampliando os serviços de
desenvolvimento de projetos e produtos, e intensificando a inovação tecnológica
em termos de máquinas e processos de trabalho;
3.2. Criar mecanismos que garantam a
sobrevivência e o desenvolvimento das micros, pequenas e médias empresas
tecnologicamente defasadas, mas altamente empregadoras de força de trabalho;
3.3. Criar um banco especializado no
crédito às micros e pequenas empresas, com mecanismos garantidores adequados;
3.4. Orientar as compras públicas para
favorecer o desenvolvimento das micros, pequenas e médias empresas.
4. Tratar adequadamente as peculiaridades de cada
empresa estatal de modo a recompor o seu papel e garantir seu desenvolvimento:
4.1. No caso da Petrobras: dar fim ao
represamento dos preços; reduzir a alavancagem e os custos operacionais; manter
os 30% de participação e a garantia de operador único no pré-sal; recolocá-la
no centro da gestão da cadeia de fornecedores na área de petróleo e gás;
acelerar projetos na área de refino e produção de derivados, tornando o Brasil
autossuficiente nesses setores;
4.2. No caso da Elétricas: reordenar os
preços; dar-lhes autonomia para associar-se a fabricantes de equipamentos com o
fim de montar a cadeia nacional de fornecedores de equipamentos e materiais;
acelerar as áreas de energia hidráulica, eólica e solar; e jogar papel
importante na gestão das águas e na utilização das vias fluviais.
4.3. No caso das demais estatais,
precisar suas funções e projetos no sentido de jogarem papel positivo no
desenvolvimento industrial de fabricação de equipamentos e componentes no país,
algo fundamental para o futuro do desenvolvimento.
4.4. Criar mecanismos internos e
externos de contenção da corrupção em cada uma das estatais.
5. Consolidar os setores estatais de planejamento
macroeconômico e de elaboração de projetos executivos estratégicos.
A adoção dessas políticas é essencial para retomar o
crescimento, tendo por base uma nova estratégia de desenvolvimento econômico e
social, a reurbanização e humanização das cidades, e a adoção de uma finalidade
social à finalidade econômica da agricultura, itens que serão sintetizados nos
próximos comentários.
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