21 de dezembro de 2011

O Projeto de Jesus: o Reino de Deus.

O texto a seguir é a transcrição de um programa de rádio que fiz em 26 de março na Paróquia de Pratos. Pratos fica na barranca do Rio Uruguai e é ameaçada pela barragem binacional de Panambi.


O Projeto do Reino de Deus.
Onde encontramos a mensagem central de Jesus Cristo? Encontramos a sua mensagem central em Lc 4.42-43 onde diz: “Sendo dia, saiu e foi para um lugar deserto; as multidões o procuravam, e foram até junto dele, e instavam para que não os deixasse. Ele, porém, lhes disse: É necessário que eu anuncie o evangelho do reino de Deus também às outras cidades, pois para isso é que fui enviado”.

A partir deste texto quero falar sobre o Projeto de Jesus: o Reino de Deus. É o próprio Evangelho de Jesus Cristo que diz qual a sua missão. E qual a sua missão? A sua missão é anunciar o Evangelho do Reino de Deus. Também no livro de Lucas 16.16 diz: “A Lei e os Profetas vigoraram até João; desde esse tempo, vem sendo anunciado o evangelho do reino de Deus, e todo homem se esforça por entrar nele”.

Jesus diz que até João, o Batista, valiam a Lei e os Profetas. Quando a Bíblia fala de Lei ela se refere ao Pentateuco (os primeiros cinco livros da Bíblia) e os livros proféticos são os chamados Profetas Anteriores (Josué até os dois livros dos Reis) e os profetas Posteriores, que são os livros proféticos em si começando por Isaías. Jesus diz: até João, valiam a Lei e os Profetas, mas, agora, vale o Projeto do Reino de Deus. Se nós lermos a Bíblia nós vamos ver que Jesus tem insistentemente falado do Reino de Deus. Não apenas falado, mas toda a sua ação se pautava pelo anúncio do Evangelho Reino de Deus. As suas curas mostravam que no Reino de Deus não tem lugar para a doença. Deus não quer a doença e não quer o sofrimento. Jesus tem discutido com os fariseus e com os escribas sobre o Projeto do Reino de Deus que propõe uma nova sociedade. Quando Jesus fala do seu Evangelho ele está dizendo e apontando para uma nova forma de organizar a vida das pessoas e de toda a sociedade, de todo mundo. Jesus diz: eu vim para anunciar o Evangelho do Reino de Deus. Então ele está dizendo: eu não vim para anunciar o projeto deste mundo que no tempo de Jesus era o Império Romano, que através da religião de falsos deuses procurava legitimar a opressão de uma sociedade escravista que precisava de muitos escravos para produzir a rioqueza de seus senhores. E para ter muitos escravos precisava-se fazer muitas guerras para massacrar outros povos, saquear suas riquezas e levar a população vencida para a escravidão. No Império romano, na sociedade escravista, era como era no Brasil até 1888 onde havia duas classes básicas: os senhores, que eram os donos da terra e controlavam o Estado, e os escravos que trabalhavam, pois no Império Romano quem trabalhava eram os escravos. Eles é que moviam a economia, assim como no Brasil de 1500 até 1888 quem construiu a base da economia brasileira foi o trabalho escravo porque os senhores não trabalhavam.

Quando Jesus diz: eu vim para anunciar o Evangelho do Reino de Deus, ele está apontando para uma nova sociedade que não se baseia no projeto deste mundo. Quando Jesus contava as parábolas ele normalmente começava dizendo: “o Reino de Deus é semelhante a” e aí ele contava uma parábola. Parece que nós volta e meia, como comunidade, temos esquecido a mensagem central de Jesus Cristo que é o Evangelho do Reino de Deus.

Quando, segundo o Evangelho de Marcos no capítulo 1, João Batista foi preso, diz ali no vers. 15 que Jesus começou a pregar dizendo: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho”. Então, a fé no Evangelho requer arrependimento. Isto significa: mudança de vida individual e de toda a sociedade e mudança de pensamento. Significa que: quem crê em Jesus Cristo crê na promessa do Reino de Deus que está próximo. Jesus até chegou a dizer: ele já está no meio de vós (Lc 17.21). A questão do arrependimento é mudar o jeito de viver, não mais o jeito de viver do mundo que no tempo de Jesus era o sistema econômico escravista que usava as pessoas como objeto para enriquecer os senhores de escravos. Quando hoje se anuncia o Evangelho do Reino de Deus então também se está apontando para a construção de uma nova sociedade não capitalista. Hoje os cristãos estão tão iludidos que acham que não existe outra forma de organizar a vida e a economia do mundo a não ser do jeito capitalista. Só que nós cristãos não pensamos do jeito capitalista, então nós pensamos do jeito do Reino de Deus. A questão é que muitos cristãos estão tão iludidos pelo sistema capitalista, pelo jeito deste mundo, que eles acham impossível haver outro jeito de organizar a sociedade além do jeito capitalista. Só que a Bíblia deixa muito claro que Jesus Cristo veio para trazer o Reino de Deus e não para fortalecer o reino deste mundo, hoje o capitalismo. Pelo fato de Jesus estar falando do Reino de Deus ele está obviamente se antepondo e contrapondo ao reino do mundo. Hoje ‘o mundo’ é o capitalismo.

Portanto, o cristão quer organizar a sua vida conforme o ensinamento do Evangelho do Reino de Deus e não conforme o ensinamento do sistema capitalista. Jesus insistentemente, até antes de ser assunto ao céu falou sobre o Reino de Deus, mesmo depois da ressurreição. Diz no livro de Atos 1.3, antes de Jesus subir ao céu: “A estes também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas concernentes ao reino de Deus”. Assim, conforme o Evangelho de Marcos 1.15, a pregação de Jesus começou com o tema do Reino de Deus e terminou com o tema do Reino de Deus, antes de subir ao céu. Portanto, o anúncio do Evangelho do Reino de Deus perpassa toda a mensagem falada e praticada de Jesus Cristo. Esta é a sua mensagem central. Por ser a sua mensagem central é uma mensagem perigosa. Tão perigosa que o Templo de Jerusalém e o Império Romano resolveram matar Jesus porque ele estava pregando outro jeito de organizar a vida e o mundo, diferente daquele que o Império Romano propunha, que era continuar massacrando, trabalhando em cima da escravidão, usando as pessoas como objeto. Para Deus as pessoas não são objetos, mas são “Templo do Espírito Santo”. O apóstolo Paulo insiste nisso dizendo em 1 Co 6.19: “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós”, portanto, o nosso corpo é sagrado. No sistema econômico escravista o escravo é um objeto, portanto não é sagrado para o mundo, mas para nós, o ser humano, o corpo da pessoa, é sagrado porque é templo do Espírito Santo e porque ressuscita. Quando nós hoje falamos do Reino de Deus estamos apontando para a construção de uma sociedade não capitalista, porque para o capitalismo as pessoas são considerados objeto, mercadoria, não são consideradas pessoas. Como se fala no sistema capitalista? Fala-se no mercado de trabalho. O que se compra num mercado? A gente compra mercadorias, coisas, objetos. O sistema capitalista também fala em ‘mercado de trabalho’, mas aí ele está se referindo à pessoas. Mas as pessoas no mercado de trabalho não são pessoas, são coisas, são objetos, são mercadorias, que se compra e se vende por um preço estipulado pelo patrão, pelo capitalista. E o preço básico é o Salário Mínimo, então a pessoa vale um Salário Mínimo. Esse é o preço de uma pessoa, da pessoa que vende a sua força de trabalho. Então, está se diminuindo a criação de Deus e se transformando o ser humano em objeto, em coisa. Este é o projeto do mundo. O projeto do mundo é transformar as pessoas em coisa que se compra e se vende; e coisa é coisa, não vale muita coisa. No entanto, para Deus nós não somos coisa nós somos pessoas. Por isso o Apóstolo Paulo em Rm 12.2 diz: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

O projeto do mundo.
Paulo deixa muito claro: ‘não vos conformeis com este século’. O que é ‘este século’? ‘Este século’ é o mundo. E o que é ‘o mundo’? O ‘mundo’ hoje é o capitalismo. Então, o apóstolo Paulo, que estava falando no tempo do Império Romano, estava dizendo para os cristãos não se conformar com este século, significa com o Império Romano, com o sistema econômico escravista. Para nós o apóstolo Paulo está dizendo: ‘não vos conformeis com este século’ e com isto ele está dizendo: não vos conformeis com o capitalismo. Por que? Porque o nosso projeto não é o capitalismo. O nosso projeto é o Reino de Deus. O capitalismo não salva, quem salva é Jesus Cristo. Por isso Paulo nos adverte porque nós sempre somos enrolados pelo sistema deste mundo, mas Paulo continua dizendo: mas transformai-vos pela renovação de vossa mente. Nós precisamos constantemente e permanentemente renovar a nossa mente. Quer dizer: nos deixar, permanentemente, alimentar pelo Evangelho do Reino de Deus para não sermos enrolados pelo projeto deste mundo, o capitalismo.

Na carta de Tiago Tg 1.27 diz: “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo”. O que Tiago diz? O que é a fé cristã? É visitar os órfãos e as viúvas nas suas dificuldades. Quer dizer, estar do lado dos mais pobres, dos mais sacrificados, dos mais massacrados pelo sistema. O quer dizer estar ao lado dos empobrecidos e guardar-se incontaminado do mundo? Significa: não se deixar contaminar pelo jeito do mundo pensar e se organizar. Não deixar-se moldar pelo mundo. Um molde é a cópia do original, não é algo novo e diferente. Não assumir o jeito de pensar do mundo. E o jeito de pensar do mundo hoje é o capitalismo. E o capitalismo nos últimos 20 anos, quando começou a era neoliberal, dizia: não existe outra forma de organizar o mundo além do capitalismo. Só que nós cristãos dizemos: Isto é mentira! Pois o Evangelho diz que a proposta de Deus para organizar este mundo é o Evangelho Reino de Deus. Portanto, nós cristãos, precisamos sempre de novo, como diz o apóstolo Paulo, deixar transformar a nossa mente pelo Evangelho, que deixa claro que o nosso projeto é organizar a nossa vida e a da sociedade toda conforme o Reino de Deus e não conforme o sistema capitalista.

Tiago 4.4 ainda diz: “Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. Isto é forte, porque muitos cristãos acabam sendo amigos do mundo porque assumiram o projeto do sistema capitalista como a única forma de organizar a sua vida e a economia do Planeta. Mas Tiago diz bem claro: quem faz isto é inimigo de Deus. Quem é amigo do mundo é inimigo de Deus. Não dá para ser amigo do mundo e amigo de Deus ao mesmo tempo. Ou você é amigo de Deus ou você é amigo do mundo. Não dá para, como diz o Evangelho, adorar a dois senhores, ter dois senhores, ao mesmo tempo. Ou você adora a Deus ou você adora as riquezas, o capitalismo. Em 1 Jo 2.15 diz: “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele”. Significa, traduzindo: não ameis o mundo significa não ameis o capitalismo e nem as coisas que há no capitalismo. Isto é duro para nós que estamos acostumados a achar que só existe uma forma de organizar a vida que é o capitalismo. Mas, a Bíblia diz que há outra forma de organizar a vida que é o Evangelho do Reino de Deus. Quando Jesus fala do Reino de Deus ele está apontando para a construção de uma nova sociedade não capitalista. Em 1 João 3.10 diz: “Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão”. O capitalismo não pratica a justiça, pois vive da injustiça que é a produção do lucro pelo não pagamento de parte do trabalho realizado pelo trabalhador no processo da geração da mercadoria.

Em 2 Pedro 2.20 há uma palavra muita clara e muito dura que diz: “Portanto, se, depois de terem escapado das contaminações do mundo mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, se deixam enredar de novo e são vencidos, tornou-se o seu último estado pior que o primeiro”. Pedro está dizendo: depois que você foi batizado e confessou a sua fé em Jesus Cristo e se deixou enrolar pelo mundo, você acabou de entrar numa situação pior que a de antes do batismo. Porque antes do batismo você era pagão e agora você é cristão pelo batismo, mas se deixou enrolar pelo capitalismo, pelo sistema deste mundo, pelas contaminações deste mundo, como diz Pedro. Então você está numa posição anterior a do batismo, anterior á fé cristã. Está pior do que antes, pois voltou para trás. Você renegou a Jesus Cristo, fez o papel de Judas. Por isso é importante deixar bem claro que o centro da pregação de Jesus Cristo é o Reino de Deus. E quando ele fala em Reino de Deus ele está apontando para frente, para a construção de uma nova sociedade, hoje, não capitalista. Porque a nossa fé é contra o projeto do mundo, conta o capitalismo.

Nossa fé é contra o projeto do mundo.
Na Primeira Carta de João 5.4 diz: “porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé”. Quer dizer: a nossa fé vence o mundo. Significa que se organizo a minha vida e ajudo a organizar a vida de toda a sociedade conforme a fé em Jesus Cristo nós vamos transformar este mundo. Às vezes as pessoas dizem: não, não existe outro jeito de organizar o mundo. A gente tem que se ajeitar aqui assim como é. Só que a gente esquece a palavra de João 16.33: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”. As pessoas dizem que nós temos que nos conformar com este mundo e com isto elas estão esquecendo que na verdade este mundo já foi vencido. Jesus Cristo venceu o mundo na Páscoa. Isto é importante a gente saber neste período em que nós estamos aqui discutindo em nosso município a questão das barragens que é um projeto do sistema capitalista para criar mais lucro em favor daqueles que já tem muito dinheiro à custa da apropriação da terra dos pequenos proprietários à beira do Rio Uruguai. Muitos destes pequenos proprietários atingidos dizem: “Ah! Pastor não adianta, eles vão fazer igual o que querem”. A gente esquece esta palavra de Jesus que diz: Eu venci o mundo. Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.

Nós cremos em nosso Senhor Jesus Cristo e por isso nós temos a maior força que é possível ter para enfrentar o mundo, para enfrentar o capital. É claro que quando a gente se contrapõe ao mundo, assim como Jesus se contrapôs ao mundo e por isso ele foi crucificado, nós também vamos ser perseguidos. Por isso em 1 João 3.13 diz: “Irmãos, não vos maravilheis se o mundo vos odeia”. Então, se vocês começarem a lutar contra as barragens, que é o projeto do capital, que é o projeto do mundo, que é, portanto, o projeto do diabo, porque o capitalismo é o projeto do diabo, portanto vocês vão ser odiados. Muitos não vão mais querer falar com vocês. O Estado vai vos perseguir porque vocês não estão se submetendo, porque vocês não estão se conformando com este mundo. 2 Tm 3.12 lembra: “Ora todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos”. Além disso, a essência da fé cristã é não se conformar com este mundo; é não se conformar com o projeto do diabo, que hoje é o projeto capitalista. Na carta de Tiago 2.5 diz: “Ouvi, meus amados irmãos. Não escolheu Deus os que para o mundo são pobres, para serem ricos em fé e herdeiros do reino que ele prometeu aos que o amam?” Então, quem Deus escolheu para fazer a grande transformação, para ser instrumento de Deus na construção de seu Reino? Os pobres. Por isso o próprio Deus se fez pobre em Jesus Cristo. O apóstolo Paulo diz isto em sua carta: ele se tornou servo, ele se tornou pobre (2 Co 8.9), porque é a partir dos pobres que Deus começa a construir a transformação.

No livro do Êxodo já diz isso. Deus não escolheu o Faraó, mas Deus escolheu os camponeses sem terra escravos no Egito para construir o seu projeto. São os pobres que vão mudar o mundo e não os ricos. Porque os ricos só oprimem, perseguem e exploram. Portanto, as transformações só acontecem a partir dos pobres, dos fracos.

As transformações acontecem a partir dos pobres e fracos.
O apóstolo Paulo em 1 Coríntios 1.27-28 diz: “pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são”. Quer dizer: Deus escolheu os humildes, os pobres, os fracos para reduzir a nada as coisas que são. O que é isto hoje? Hoje, as coisas que são, é o capitalismo. Para reduzir a nada o capital, porque o capital não é nada, porque o poder de Deus é maior que o poder do capital. Porque o poder de Deus é maior do que a morte porque ele venceu a morte na Páscoa. O capital traz a morte com a guerra, com a exploração, com as barragens que estão à serviço do grande capital. O apóstolo Paulo ainda lembra em 2 Coríntios 12.9-10: “Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte”. Parece contraditório, mas o poder de Deus está no poder da fraqueza e o símbolo maior disto está na cruz de Cristo. A cruz, o Cristo crucificado, representa o poder da fraqueza de Deus. Paulo lembra em 1 Coríntios 2.12: “Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente”. É importante não esquecer isto. Nós não temos recebido o espírito do mundo no batismo, mas o Espírito Santo. Portanto, nós vamos seguir o projeto do Reino de Deus e não o projeto do capital. Nós fomos ungidos pelo poder do Espírito Santo e fomos marcados por Deus pelo Projeto do Reino de Deus no dia do nosso batismo para sermos ‘sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus’, como diz em 1 Pe 2.9. E se nós fomos ungidos por Deus pelo poder do Espírito Santo, então o fomos para construir o Reino de Deus e não o reino do mundo, o reino do capital. Por isso o Evangelho de Jesus Cristo convoca a todos para se engajar na luta contra o sistema capitalista que está construindo as barragens, que faz a guerra e que explora a classe trabalhadora. Porque o nosso projeto é o projeto do Reino de Deus que aponta para a construção de uma nova sociedade não capitalista. Nós não nos conformamos com este século, pois o nosso projeto é o Projeto do Reino de Deus, que se constrói a partir da fraqueza; porque é a partir da fraqueza que Deus constrói o seu projeto e a cruz de Cristo é o símbolo maior deste projeto. Então, não nos deixemos amedrontar quando dizem que nós temos que nos sujeitar àquilo que o capitalismo quer e que só existe esta forma de organizar a vida. Nós dizemos, não, nós temos outro projeto que é o Projeto de Jesus Cristo que ele chama de Reino de Deus e este aponta para frente, pois não se conforma com este século. Ele aponta para uma nova sociedade não capitalista. Por que? Porque Jesus Cristo já venceu o mundo e por isso nós não vamos nos submeter à vontade do mundo. Nós apenas vamos nos submeter à vontade de Deus. Amém.

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