"E como a cabeça pensa a partir de onde os pés pisam, cada ensaio revela o lugar social a partir de onde o intérprete lê e relê o fenômeno-Brasil". Leonardo Boff no Prefácio do livro "A Refundação do Brasil: Rumo à Sociedade Biocentrada" de Luiz Gonzaga de Souza Lima.
"Livre pensar é só pensar. Acho ridículo os sujeitos que se dizem "pensador católico"ou "pensador marxista". Quer dizer, estão pensando o já pensado". Millôr Fernandes.
"Se a teologia se dedica a repetir o que já está dito, nunca avançará". José María Castillo
"Projetar Brasília para os Políticos que vocês colocaram lá, foi como criar um lindo vaso de flores prá vocês usarem como pinico. Hoje eu vejo, tristemente, que Brasília nunca deveria ter sido projetada em forma de avião, mas sim de Camburão". (Oscar Niemayer aos gloriosos 102 Anos!) É desta Brasília (pinico-camburão) que a IECLB tirou o seu símbolo (que esteticamente é muito bonito, não só porque foi desenhado por um comunista, mas que não retrata e nem representa a realidade do peão), especificamente do Palácio da Alvorada, morada de patrão, onde peão não entra, a não ser que já tenha mudado a sua cabeça para a de patrão e não tenha mais os seus pés fincados na realidade do chão do peão. Quem escolheu este símbolo tinha os pés fincados na sala de estar e não no chão do peão. É coisa da teologia ingênua e 'neutra' que aprendemos e reproduzimos na igreja. Assim, a igreja foi vítima de sua própria teologia ingênua, porém não neutra. É no chão do peão que a Cruz de Cristo foi fincada e não no chão do palácio do patrão e nem nas nuvens a partir de onde muitos lêem a Bíblia. A Bíblia tem que ser lida a partir da realidade do chão do peão. Não porque eu o digo, mas porque a própria Bíblia o diz em Dt 6.20-23 e 1 Co 15.3-4. Mas tudo isto não é problema porque na maioria das igrejas da IECLB não temos nem mesmo um crucifixo, nem em seu símbolo delimitado pelas linhas do poder do patrão, apenas a cruz vazia do Cristo glorificado (coisas da teologia da prosperidade ou da teologia da glória?), mas que antes disto foi crucificado pelo poder da Religião do patrão e do Estado do patrão. Quando olhamos para o crucifixo vemos ali um camponês peão, sem terra e sem teto pendurado para ser torturado até a morte por optar em fincar os seus pés na realidade do chão do peão para mostrar que esta realidade não precisa ser assim, pois Deus propõe o Projeto do Reino de Deus onde não haverá mais peões e patrões. Esta heresia jesusiana precisa ser extirpada pela raiz: crucifica-o!
Será que as pessoas pensam com os pés ou a partir dos pés? Por que os pés definem a cabeça?
As pessoas pensam e agem conforme e a partir do local em que vivem e trabalham, ao menos é o que deveriam fazer. As pessoas pensam e agem conforme o local em que trabalham e vivem e conforme a situação econômica e cultural em que estão inseridos. Esta é a dinâmica. Por ser esta dinâmica muito perigosa urge fazer com que a cabeça não pense a partir de onde a pessoa tem os pés fincados, pois a pessoa pode pensar, a partir de uma análise séria da realidade, que o lugar onde pisa não lhe concede dignidade e liberdade.
A ideologia tem esta função de impedir que as pessoas pensem a partir de onde tem os pés fincados para que não descubram e entendam como é a sua realidade e para que não olhem o mundo a partir da realidade de onde estão os seus pés. A realidade é perigosa, principalmente quando se descobre como ela é, porque ela é assim e quem e o que a faz ser assim. Pior ainda é quando a pessoa começa a pensar que a realidade poderia ser diferente e começa a sonhar com esta realidade diferente. Potencialmente mais perigoso ainda fica quando a pessoa começa a querer fazer que a realidade seja como ela a sonha. Sonhar até que pode, desde que se fique no sonho e não se invente a querer realizar o seu sonho pela organização dos que tem o mesmo sonho por uma nova realidade a partir do chão do peão. Livre pensar é só pensar, diz o Millôr Fernandes. Nada de partir para a ação a partir deste pensar. Isso não pode, é subversão, é comunismo.
Perigoso é quando a pessoa começa a pensar conforme e a partir da realidade de onde os seus pés estão fincados. Isto tem que ser impedido a todo o custo e para que isto não aconteça entra em ação a ideologia da classe economicamente dominante para dizer para a pessoa que esta realidade em que se encontram os seus pés não é assim como ele a está vendo. A ideologia procura convencer a cabeça que o que os seus pés estão dizendo e sentindo é mentira, é ilusão, é alucinação. Para se sair desta ilusão pedestre é necessário pensar com a cabeça da classe economicamente dominante, mas sem que se saiba que se está pensando com a cabeça do opressor.
Assim, as nossas idéias, de fato, não são nossas idéias, e, sim, são as idéias dos capitalistas que nos controlam econômica, política, cultural, religiosa e ideologicamente. Desde pequeno somos ensinados a não ver onde os nossos pés estão fincados e nem entender porque os nossos pés estão fincados neste lugar e não noutro lugar e noutras circunstâncias mais favoráveis à vida e à dignidade. Ver a gente até vê, mas não consegue entender e explicar o que vê.
São os pés dos capitalistas que definem o que a nossa cabeça tem que pensar e o que o nosso corpo tem que fazer. Onde os capitalistas têm os pés fincados? Em casa eles têm os pés finados na sala de estar, sentados no sofá, e na fábrica eles tem os pés fincados no escritório da gerência. A partir dali eles pensam e a partir dali eles nos dizem como pensar e o que fazer e principalmente o que não pensar e o que não fazer. Como nós, desde pequeno, fomos ensinados a não ver a realidade ao redor de nossos pés acabamos pensando a partir dos pés do patrão, porque, afinal, também queremos ser patrão. Ninguém quer ser peão, todos querem ser patrão. Ser patrão é a melhor coisa do mundo. Só é feliz quem é patrão. Então, vamos pensar como patrão, agir como patrão como forma de ensaio para sabermos como é ser patrão quando afinal vamos chegar a ser patrão. O ápice da vida é chegar a ser patrão, é o kairós. No Rio Grande do Sul, e nos demais estados onde há gaúchos que agem como gafanhotos devorando todo o verde que encontram pela frente, se brinca de ser peão, prenda, capataz e patrão no CTG que reproduz a desigualdade e a injustiça da estância como algo normal, cultural e louvável. É a sacralização cultural da desigualdade social. Como, pelo trabalho, já descobrimos que não vamos conseguir ser patrão, então vamos jogar na loteria para ganhar a sorte grande e finalmente realizar o grande sonho de ser patrão. Ao ganhar a sorte grande vou comprar uma fazenda no Mato Grosso e deixar os peões trabalhar para mim. Agora eu sou feliz! Finalmente sou patrão!
Esta de descobrir que pelo trabalho a gente não vira patrão leva o seu tempo, às vezes uma vida inteira e alguns até nunca o descobrem, então enquanto isso vamos trabalhar para podermos virar patrão. Pois quem trabalha pode virar patrão e se tornar uma pessoa rica. Pois, o patrão sempre nos diz que ele ficou rico trabalhando. Por isso vou trabalhar direito e bastante para poder ficar rico e me tornar patrão.
É o que também pensava a Vilma Favero quando trabalhava na Sadia de Sidrolândia, mas, aos 42 anos, está agora permanentemente inválida para o trabalho e conseqüentemente impedida de ficar rica e patroa porque pelo excesso de trabalho repetitivo e extenuante, durante 10 anos, acumulou 3 hérnias de disco e tendinite que lhe causam dores horríveis até o resto de seus dias de encostada no INSS. Parece-me, a partir desta história, nos é mostrado que trabalhar muito não enriquece a pessoa trabalhadora. Talvez ela tenha tido apenas azar! me sopra no ouvido o pensar do patrão, pois há os menos favorecidos pela sorte. A gente não chama alguns, e estes são muitos, muitíssimos, de menos favorecidos, a classe menos favorecida ou os mais carentes? Está aí a explicação para o azar da Vilma, não teve sorte. Viu como o pensar do patrão é bom e útil, ele até explica como acontece o azar do trabalhador que não pôde virar patrão. É tudo uma questão de azar e de sorte fazer parte da classe menos favorecida ou da classe mais favorecida. É a fatalidade! É a mesma fatalidade que acontece quando a pessoa após beber 10 cervejas sai guiando o carro em alta velocidade e se mata na primeira curva. Aí as pessoas dizem: foi a fatalidade. Na melhor das hipóteses, pois normalmente dizem que foi vontade de Deus. O pensar do patrão é mesmo original e criativo! E nós papagaiamos este pensar pensando ser nosso pensar.
No tempo da escravidão o incentivo ao trabalho era o chicote e o pelourinho, hoje o incentivo ao trabalho é o sonho de ser patrão e para isto não se precisa mais de chicote. O chicote é a ideologia do patrão (chamada de ideologia do trabalho) que tomou conta de nosso pensar. Substituímos os nossos pés de peão pelos pés do patrão, no entanto, os nossos pés continuam fincados no lugar do peão e a realidade ao redor de nossos pés não é a sala de estar e nem a sala da gerência. O lugar onde estão fincados os nossos pés continua sendo o bairro operário ou a favela e a sala de máquinas onde se executa o trabalho repetitivo e extenuante mal remunerado, no máximo até 2 SM. Mas o nosso sonho nos diz que isto vai mudar pelo nosso trabalho dedicado e obediente. Como o nosso sonho é também o sonho do patrão então continuamos a sonhar os desejos do patrão e não os desejos do peão.
Na verdade, esta forma de me expressar é totalmente ultrapassada e arcaica, pois hoje em dia não se diz mais peão, se diz: "colaborador". Colaborador no processo para aumentar o lucro do patrão. Todo colaborador pode ser um empreendedor (hoje em dia não se chama mais o capitalista de capitalista, isto virou palavrão de comunista, então ele é hoje chamado de empreendedor) e as empresas fazer cursos para seus colaboradores para que se tornem empreendedores, o que a esmagadora maioria dos 'colaboradores' nunca serão, por motivos óbvios. Estes cursos de se ser empreendedor são para que os peões continuem pensando com a cabeça de patrão e trabalhem direito sem reclamar e muito menos inventem de sonhar com uma nova sociedade onde não haja peões e patrões.
A vida nos ensina que podemos olhar o mundo a partir do sofá da sala ou a partir da área de serviço da empregada doméstica. São dois olhares totalmente diferentes e opostos, que propõe dois mundos diferentes e irreconciliáveis. Sempre aprendemos a olhar o mundo a partir do sofá da sala de estar, mesmo não tendo sofá e nem sala de estar, mas no intuito de um dia ter um sofá e uma sala de estar com uma TV 42' pendurada na parede para não perder o noticiário 'neutro' e 'isento' da Globo.
De repente, mais que de repente, acontece uma intervenção externa e descobrimos que podemos pensar a partir de onde temos os pés fincados. Aí muda tudo, tudo mesmo. Esta intervenção externa pode ser de muitas maneiras e formas. Algumas vezes, a duras penas, a peonada descobre como fazer a leitura correta do lugar onde estão fincados os seus pés, outras vezes precisa-se de intervenções externas.
A Bíblia fala de algumas destas intervenções externas que mudaram a vida da peonada e conseqüentemente também a dos patrões, contra a sua vontade, é claro.
Para falar disso vamos perguntar: Onde Deus mete os seus pés ou onde Deus tem os seus pés fincados? Js 24 (onde Javé tem os pés metidos no meio dos camponeses sem terra na luta pela terra e contra o Estado no processo de luta por uma nova sociedade sem classes sociais) e Lc 2 (na estrebaria onde trabalham os camponeses oprimidos que são crucificados quando não se submetem ao jogo do poder) respondem a esta pergunta, para citarmos apenas dois textos, pois quase toda a Bíblia foi escrita a partir dos peões e pelos próprios peões. É a história da peonada com seu Deus, pois Javé é o Deus dos peões, não dos patrões. Não é uma grande maldade dizer uma coisa destas? O lugar vivencial das Escrituras Sagradas é o lugar onde os peões têm os pés fincados na luta de classe contra os patrões, pois a realidade do dia a dia não é imparcial. Javé não é imparcial e nem neutro no processo da luta de classes que há na sociedade. Ele toma o partido dos peões e luta contra os patrões. O texto do Êx 3 mostra isto e Lc 23.1-5 também. Jesus não foi crucificado por ser amigo íntimo de Pôncio Pilatos e de Caifás e por se embebedar nas festas deles, pois era considerado um comilão e um beberão nas festas dos peões (Lc 15.1-2; Mt 9.11).
Josué 24 nos relata como Javé fincou seus pés no meio dos camponeses sem terra escravos na luta pela terra e contra a escravidão promovida pelo Estado, que é o aparato que defende os interesses da classe economicamente dominante do modo de produção vigente. Não só isso, mas Javé só mete os pés onde os peões têm os pés metidos, mesmo que os "Sal(o)mões" ou jundiás da vida tentam demonstrar o contrário dizendo que eles é que tem o monopólio de Deus. Para monopolizar os pés de Javé Salomão construiu o Templo para dizer que a realidade não é aquela que os pés da peonada sentem, mas que a realidade verdadeira é aquela onde estão os pés dos patrões. Se ainda não temos esta realidade então ela deve ser buscada por meio de muito trabalho, pois Deus abençoa com muita riqueza quem trabalha muito e pensa pouco. É só crer em Deus e entrar numa igreja pentecostal que você vai virar patrão. É simples assim!
Salomão teve a genial idéia de mudar a teologia do Deus que tem os pés fincados na realidade da peonada para a realidade do patrão. Para isto ele fincou no fundo do Templo, num quarto escuro, a Arca da Aliança, que simbolizava o Deus com os pés no meio da luta dos peões contra os patrões. Esta teologia subversiva de um Deus que tem os pés fincando no meio da realidade dos peões tem que ser mudada e por isso também para Deus se constrói um palácio igual ao do rei, o Templo. Nada de Deus viver num barraco, como a dos sem terra quando lutam pela terra e por uma nova sociedade sem classes sociais. Davi já disse isto em 2 Sm 7.1 "Sucedeu que, habitando o rei Davi em sua própria casa, tendo-lhe o Senhor dado descanso de todos os seus inimigos em redor, 2 disse o rei ao profeta Natã: Olha, eu moro em casa de cedros, e a arca de Deus se acha numa tenda". Havia paz e a paz é um problema para a monarquia, pois ela não legitima mais a cobrança de tributos dos camponeses. Quando há guerra se justifica o exército e o seu chefe, o rei, pois estão defendendo a minha roça. Mas agora que não há mais guerra para que me serve o rei e o seu exército? Não preciso mais deles. Então Davi tenta construir o templo para justificar a cobrança de impostos e a existência do próprio estado. Salomão em 1 Rs 5 está diante do mesmo dilema, mas a conjuntura era outra e consegue construir o templo para justificar os impostos e a existência do estado. Deus tem que viver num palácio como o rei para legitimar o rei (o Estado, que legitima o modo de produção vigente. Alguém uma vez disse em relação à sociedade governada pelos patrões: a "sociedade administrada" do Ocidente é pura barbárie escondida sob as vestes de civilização) e o seu pensar a partir de onde o rei tem os pés fincados.
Por isso ainda hoje a igreja pega um filho ou filha de peão da roça ou da fábrica e o/a faz estudar teologia e assim galga um degrau na escada da classe social ao se tornar pastor/a. Ele/a ao menos acha que subiu um degrau da escala social porque é ingênuo (que é uma palavra mais civilizada para burro). É ingênuo porque lhe ensinaram que a teologia e a igreja são neutras e que não existe a luta de classes nem na sociedade e muito menos na igreja. Ensinaram-lhe que a igreja está acima da realidade da sociedade. Ensinaram-lhe que a teologia e Deus são neutros e não tem nada a ver com o lugar vivencial onde a peonada tem os pés fincados. A teologia e Deus são sublimes e não se maculam com a realidade que cerca os pés da peonada, que normalmente estão sujos e empoeirados por causa do seu trabalho. Agora, que é pastor/a, os seus pés não estão mais na estrebaria onde Deus fincou os seus pés, como nos relata Lc 2, agora seus pés estão quase na sala de estar e alguns até acham que os seus pés já estão na sala de estar. Como ele/a é ingênuo e foi deformado pelo estudo de uma teologia neutra desvinculada da realidade da peonada já acha que tem os pés fincados na sala de estar, quando na verdade estão muito firmes na área de serviço. Por isso ele/a agora tem que mudar o olhar para o lugar onde os seus pés estão fincados no presente como no passado. Houve uma ascensão social para cooptar o ex-peão (que na verdade continua peão) para que ensine que Deus está sempre na sala de estar e nunca na área de serviço, contra toda a revelação das Escrituras. Esta metamorfose até que não é difícil, pois desde pequeno este/a ex-peão já aprendeu a não ver a realidade em que seus pés estavam fincados, pois a família, a escola e a igreja já fizeram a sua lição de casa ensinando-lhe a não ver a realidade como ela é e nem lhe explicaram como ela é porque eles também não sabiam disto. O/a ex-peão, agora pastor/a, que continua peão, sem saber, agora tem que reproduzir o olhar do patrão senão ele vai se chutado da paróquia. Pregação pura e reta do Evangelho na igreja? Isto é história para boi dormir! Normalmente, pois o Espírito Santo é subversivo e sopra onde bem quer e com isto fura o esquema imposto e implantado pelos patrões que controlam o poder na igreja.
Calma aí, isto é uma ofensa e uma calúnia dizer que os patrões controlam a igreja! A igreja é independente! Quem manda na igreja é somente o Evangelho! Pois aí vai uma história que já andei contando por aí outras vezes:
Um relato de um pastor na Rondônia:
"Quando ainda fazia pouco tempo que chegara à Paróquia o pastor foi visitar o padre da cidade. Havia perto da cidade um acampamento de sem terra e o pastor perguntou ao padre se ele já havia ido visitar este acampamento de sem terra. O padre respondeu: “Nós temos os dois na igreja: os fazendeiros e os sem terra. Os fazendeiros sempre dão alguns bois para a festa da Paróquia e aí fica difícil visitar os sem terra”. O pastor perguntou: “A gente não poderia ir juntos visitar os sem terra acampados à beira da estrada?” O padre respondeu: “Pois é, a gente deveria um dia se sentar e falar sobre isto”. Mas nunca se sentaram para falar sobre isto. Assim, nem o pastor e nem o padre visitaram os sem terra." Quem diz o que se deve fazer na paróquia? Os bois. É a teologia dos bois (Ex 32) que determina a missão da igreja. E a igreja continua insistindo em afirmar que é neutra e que não são os patrões que mandam nela. Me engana que eu gosto.
Aí alguém da hierarquia dirá: Está bem, isto acontece nas paróquias em alguns casos. Então terei que contar outras historinhas, agora da instância do Sínodo:
Quando a IECLB mudou sua estrutura em 1997 no Sínodo Planalto Riograndense o pastor sinodal Erni Drehmer se empenhou em construir a partir das assembléias sinodais prioridades para elaborar um Plano de Ação para o Sínodo, que inclui as paróquias, para 10 anos. No dia em que as cinco prioridades foram elaboradas na assembléia sinodal o presidente do sínodo (que não era patrão, apenas peão com cabeça de patrão) já tentou impedir algumas pastorais, pois havia algumas das quais não gostou. Havia a pastoral da mulher, do trabalhador, do pequeno agricultor, da saúde e assim por diante. Não conseguiu. Aí quando começamos a montar a pastoral da saúde ele veio com tudo para tentar impedir, isto que era decisão da assembléia sinodal, portanto legal e oficial. Não conseguiu e tentou fazer o mesmo com a pastoral do pequeno agricultor, não conseguiu. Aí ele e seus aliados no conselho sinodal e nos conselhos sinodais posteriores junto com muitos pastores/as e diretorias paroquiais, mudaram de tática: vamos fazer de conta que o Plano de Ação do Sínodo não existe. Aí funcionou e hoje 10 anos depois não há mais nada do que foi aprovado em 2000. Boicote geral, porque a formação que era uma das prioridades não era neutra e as pastorais não eram neutras, etc. e tal. Quando as decisões das instâncias superiores ameaçam o projeto maior que é o capitalismo então estas decisões não valem, mas quando é para reprimir a peonada nas paróquias aí algumas leis repressivas valem. É tudo uma questão de que projeto se defende.
No entanto, ninguém pergunta o que a peonada tem a dizer sobre um Projeto de Igreja que parta de onde ela tem os pés fincados. Ninguém pergunta para a peonada que tipo de formação teológica ela precisa para poder entender o Evangelho de Jesus Cristo e a realidade para a qual este Evangelho é falado. Somente se pergunta: O que os patrões estão dizendo (ou aqueles com cabeça de patrão)? Como deve ser a igreja segundo os interesses dos patrões, para que continuem sacrificando alguns bois nas nossas festas (para aplacar a ira do deus capital ou para o deus capital nos conceder mais bênçãos monetárias)? A teologia neotestamentária diz que não precisamos mais realizar sacrifícios para agradar a Deus, mas a igreja continua fazendo sacrifícios dos bois dos patrões para agradar ao deus capital e lhe pedir muitas bênçãos para os patrões. Mas quando os fazendeiros dão alguns bois não é pensado desta forma. Pode ser, mas o resultado é exatamente este, além de se manter o controle teológico sobre a paróquia. Os ricos, e aqueles que pensam que são, mas não o são, sempre dizem: Nós mantemos financeiramente a igreja (isto quer dizer: então a igreja também tem que fazer e falar o que nós queremos), o que não passa de uma mentira muito redonda, safada e deslavada, pois são os pobres que mantêm a igreja. É só pegar o livro caixa da comunidade e ver quanto entra no total de contribuições dos pobres e quanto entra no valor total de contribuições dos ricos ou dos que se consideram ricos. A matemática não mente, ali 2 + 2 são 4, só para o Delfim a soma dá 5 ou 3, dependendo as circunstâncias.
Mas, antes que você fale que na igreja toda é diferente vou contar que na IECLB toda, como tal, é a mesma coisa. Quando nos anos 80 os Concílios Gerais aprovaram como projeto missionário o trabalho de base nas comunidades com o movimento popular, sindical, cooperativo e ambiental a direção da igreja não encaminhou nada e por isso nada saiu além do papel. Por que? Porque os patrões que são donos dos bois e de outras 'coisitas mas' não permitem que se tenha uma compreensão de missão como a aprovada na RE III que diz: "Integração do Movimento Popular na concepção do trabalho missionário". Hoje só se fala em missão como aumento do número de membros na comunidade, mas nada de mexer com a realidade do chão onde estão os pés do peão. O controle dos patrões perpassa todas as instâncias da igreja para que o Reino de Deus anunciado por Jesus Cristo não mexa com o chão em que o peão pisa, pois esta realidade é controlada pelos patrões para garantir o seu sacro santo lucro. Este chão tem dono e tem controle, neste não se mexe, ele é do patrão e o patrão vai fazer tudo para manter controle sobre este chão e sobre estes pés que pisam neste chão para poder controlar também as cabeças da peonada para que o Reino de Deus não se viabilize, pois é essencialmente subversivo e insurgente. A igreja, como está organizada em todos os rincões deste país (falo agora da igreja cristã em seus diversos credos), é essencialmente perigosa se começar a mexer com o chão em que o peão pisa. Por isso a igreja precisa ser controlada juntamente com os sindicatos, os movimentos populares e os partidos políticos. Não dá para deixar brecha. Melhor a gente sacrificar alguns bois para a festa da igreja do que perder toda a boiada e a terra em que pastam para que não haja justiça na terra.
Esta questão de ignorar decisões conciliares que não agradam aos patrões capitalistas não é privilégio somente da IECLB, como afirma o padre espanhol, censurado por Roma, José Antonio Pagola, autor do livro: "Jesus. Aproximação histórica", publicado pela Vozes: "O abandono do Concílio é um dos fatos mais deploráveis na Igreja atual. Se o Vaticano II foi, segundo João Paulo II, a maior graça que a Igreja recebeu no século XX, estamos cometendo um grave pecado contra essa graça. Em muitos lugares a graça do Concílio não está chegando ao povo de Deus".
O entrevistador pergunta a José Antonio Pagola: "Por que o Jesus da história assusta ainda em certos ambientes eclesiásticos?
Pagola: O medo de Jesus sempre existiu. É um fenômeno quase inconsciente, mas muito explicável. Jesus torna as pessoas mais livres; atrai para o amor, não para as normas; chama os seus seguidores para colaborar no projeto do Reino de Deus, não em qualquer estratégia pastoral; recorda-nos que os últimos serão os primeiros; centra os seus seguidores no essencial do Evangelho, não em práticas e devoções secundárias... Não há nada mais perigoso para uma Igreja que busca segurança, ordem e disciplina, que uma corrente forte de seguidores e seguidoras de Jesus, que recuperam seu espírito, seu fogo e sua paixão pelo Reino de Deus".
Peraí, peraí, você está sendo muito agressivo. Agressivo? Vou mostrar o que é agressivo:
Agressivo é a igreja (direção e membros da época) legitimar a ditadura militar a serviço do capital internacional que matou 436 pessoas sob tortura e execução extrajudicial, torturou 30 mil pessoas e processou 50 mil pessoas e jogou no exílio outros milhares.
Agressivo é acabar com os biomas brasileiros para favorecer a ganância do agronegócio escravocrata e assassino que está a serviço da indústria transnacional de máquinas, adubos, químicos, venenos e sementes.
Agressivo é matar líderes camponeses, sindicais, ambientalistas e indígenas porque estão atrasando e atrapalhando o progresso capitalista predador.
Agressivo é construir barragens para produzir energia barata para o capital poder produzir mercadorias baratas para poder competir no mercado internacional e os camponeses perderem as suas terras, que ainda por cima são mal indenizadas, e se reclamarem são processados e presos como desordeiros.
Agressivo é a estatística do IBGE que diz que em 60% dos lares brasileiros a renda per capita está abaixo de um SM.
Agressivo é quando a peonada dos frigoríficos de carne precisa fazer de 90 a 120 cortes por minuto e estão aleijados após 5 a 10 anos de trabalho, quando a recomendação médica é de apenas 35 cortes por minuto para se manter a saúde, e o INSS, que é dinheiro do povo, tem que sustentar os inválidos do capital.
Agressivo é quando a Sadia que contribuiu com 30 milhões ao INSS, no período de 2003 a 2007, e que, em contrapartida, o INSS desembolsou 170 milhões em benefício previdenciário, seja como afastamento do trabalho, aposentadoria por invalidez, etc. de sua peonada. Nós, o povo brasileiro, pagamos uma conta de 140 milhões que a Sadia deveria ter pago por ter causado a incapacidade permanente para o trabalho pela superexploração destes trabalhadores.
Isto tudo e muito mais, que se faz com a peonada deste país, é agressivo. Agressivo é a igreja não entrar na luta para acabar com estas agressões a que a peonada está diariamente sujeita. Agressivo é a igreja não acolher as vítimas do sistema, como sugere Mt 25.31-46 e Lc 10.25-37. Acho até que nem é tanto só uma questão de agressão, mas de covardia mesmo.
E quando este peão, chamado agora de pastor/a, que acha que agora já é patrão, chegar a galgar os degraus da hierarquia eclesiástica (Sínodo e Sr. dos Passos), como é que fica a sua cabeça? Ela decide ficar com os pés fincados no chão do peão ou agora, cooptada, precisa ficar com os pés na sala de estar? Afinal ele, o/a pastor/a, não foi colocado aí para por e manter a ordem na casa (na igreja)? E a ordem na casa, normalmente, é a ordem do capital (isto a gente não deve dizer porque fica feio, imagina!) e a ordem do capital se chama repressão, por duas vias: pelo convencimento e pela coerção.
O 'convencimento' diz: a ordem é a ordem e esta não pode ser mudada por ser sagrada e acordada nas instâncias democráticas representativas de poder eclesial (controladas pelo capital, mas isto não se diz e nem se deve dizer) e a 'coerção' diz: se comporta porque o pau vai comer, temos leis repressivas muito claras (entre elas o TAM e a Avaliação). Dentro do processo coercitivo está embutido o medo. A função do medo é paralisar qualquer fala ou ação que a nossa autocensura detectar como problemática para o patrão. A ordem é se comportar, significa: falar apenas o que a direita permite porque senão ela fica nervosa, afinal ela é muito sensível. Quer dizer o bolso dela é muito sensível. Assim, nas igrejas cristãs, normalmente, só se fala o que a direita permite. Por que? Por causa do medo.
Aqui quero lembrar uma palavra de Jesus: "mas tende bom ânimo; eu venci o mundo". João 16.33; e ainda lembro 1 João 5.5: "Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?" e 1 João 5.4: "porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé". Nós vencemos o mundo, o capitalismo, a partir da fé em Jesus Cristo. Na verdade, o mundo já foi vencido na Páscoa. Como diz o povo: morreu apenas esqueceu de cair. O livro do Apocalipse explica isto: o diabo já foi vencido, já morreu, apenas está dando as últimas rabadas para ver se ainda consegue derrubar alguma coisa; ainda consegue, mas já está morto. Os patrões metem medo na peonada, mas na verdade são eles que têm medo de nós porque nós somos muitos e eles poucos, muito poucos (e isto os apavora em demasia) e porque eles não estão com a verdade e nem com a justiça do seu lado. Por isso eles têm que meter medo na peonada para disfarçar o seu próprio medo, na verdade eles já nem tem mais medo, o medo deles já se transformou em pavor desesperante. Porque os patrões são muito poucos eles precisam conseguir a peonada como seus aliados para defendê-los. Precisam minar a nossa base. Por isso deste pequeno nós somos ensinados a pensar como patrão e não como peão que somos. Nós por não sabermos disso acabamos falando e fazendo apenas o que os patrões permitem.
E o Evangelho? Que Evangelho? O de Jesus Cristo. Ah!, esse. Desse a gente lê apenas as partes menos ameaçadoras para os patrões e conta umas estorinhas copiadas da internet (que nada tem a ver com o Evangelho, mas é mostrado como se fosse) para fazer o povo suspirar no Egito sem que ele ameace sair do Egito. Assim quem manda na igreja é o dinheiro dos patrões (não pela quantidade que dão para a igreja, que é irrisória, e nem também na forma de bois para a festa, mas pela simples posse dele, pois como nos lembra Marx: "O dinheiro é o bem supremo, e por isso quem o possui é bom. Além disso, o dinheiro me põe acima da condição de desonesto; pressupõe-se que eu seja honesto. Sou um desalmado, mas se o dinheiro é a verdadeira alma de todas as coisas, como pode ser desalmado quem o possui?"), que eles conseguiram roubando a peonada através de parte do trabalho realizado e não pago durante o processo da produção da mercadoria. O jesuíta John Haughey afirma: "Nós, ocidentais, lemos o Evangelho como se tivéssemos dinheiro e usamos o dinheiro como se não conhecêssemos nada do Evangelho". O mundo às vezes nos parece ser apenas mostrado em preto e branco, mas ele é bem mais complexo.
Mas a gente pode estar nas instâncias do poder eclesiástico e continuar com os pés fincados no chão do peão? Pode. Deus fez isto no Egito, na estrebaria e na cruz, porque nós não o podemos fazer? Mas isto não é subversão? É, pois o Evangelho da Cruz de Cristo é pura subversão. A ressurreição de Jesus Cristo é pura subversão e já passou disso e se tronou insurreição. A ação do Espírito Santo é subversão. Loucura pura, diria o apóstolo Paulo (1 Co 1.18). É a loucura a partir do chão onde pisa o peão, como Paulo fala em 1 Co 4. (9 Porque a mim me parece que Deus nos pôs a nós, os apóstolos, em último lugar, como se fôssemos condenados à morte; porque nos tornamos espetáculo ao mundo, tanto a anjos, como a homens. 10 Nós somos loucos por causa de Cristo, e vós, sábios em Cristo; nós, fracos, e vós, fortes; vós, nobres, e nós, desprezíveis. 11 Até à presente hora, sofremos fome, e sede, e nudez; e somos esbofeteados, e não temos morada certa, 12 e nos afadigamos, trabalhando com as nossas próprias mãos. Quando somos injuriados, bendizemos; quando perseguidos, suportamos; 13 quando caluniados, procuramos conciliação; até agora, temos chegado a ser considerados lixo do mundo, escória de todos.). O que Paulo aqui descreve é Deus começando a subversão e a insurreição do Reino de Deus a partir da realidade onde o peão tem os pés fincados. A função na e da hierarquia também é promover a subversão e a insurreição evangélica do Reino de Deus? É. Esta é a tarefa que nos dá o Evangelho de Jesus Cristo a partir do batismo.
Mas, como é que fica o meu ego de ser da hierarquia, de ter o poder? Meu filho: na hierarquia você continua sendo peão, pois quem detém o poder na igreja são os representantes do capital. Acorda peão! Na IECLB o peão com cargo de Pastor Presidente não tem assento garantido no Conselho da Igreja, ele só entra na reunião se for convidado, por ser peão. Simples assim. Isto está escrito na lei e faz parte da ordem estabelecida, confira a Constituição da igreja no "Art. 31 - O Conselho da Igreja é composto de um representante de cada Sínodo, eleito em assembléia, com mandato de quatro anos, permitida uma reeleição.
§ 1° - A composição do Conselho da Igreja dar-se-á na proporção de dois terços para não obreiros e um terço para obreiros, decidida a fração a favor dos não obreiros, conforme alternância estabelecida pelo próprio Conselho.
§ 3º - O Pastor Presidente, os pastores Vice-presidentes e o Secretário-Geral terão assento nas reuniões ordinárias do Conselho da Igreja e, nas extraordinárias, quando convidados, com direito a voz, porém, sem direito a voto."
Os pastores Presidentes e o Secretário Geral terão assento nas reuniões ordinárias e nas extraordinárias, quando convidados, porém sem voto. Em outras palavras: vaca de presépio, rainha da Inglaterra. São as conquistas do grupo da direita anticlerical que conseguiu aprovar a reestruturação da igreja em 1997, na marra, em Ivoti, após terem perdido em Toledo, com 16 heróicos votos contra e o resto, como um bando de ingênuos que eram, mesmo se considerando de esquerda, largando foguetes que hoje continuam explodindo, também, no seu traseiro.
Os patrões que controlam o poder na igreja, normalmente nem são patrões, são apenas peões com vontade de serem patrões, chamados de testas de ferro: recebem pancadas na testa dos patrões e dos peões. Os verdadeiros patrões não se dignam a fazer este trabalho sujo de executar o seu projeto de controle sobre a igreja; eles têm os peões, que sonham um dia ser patrões, para fazer este trabalho sujo.
O que deveria ser uma liberdade vira escravidão. O que? A paróquia libera o/a pastor/a totalmente e o/a sustenta para que seja livre para mostrar com a sua pregação onde Deus tem os pés fincados e o que Ele quer dizer com esta opção preferencial pelos peões. Como o patrão não quer que isto seja mostrado ameaça o/a pastor/a com o desemprego (via leis eclesiásticas repressivas como o TAM e a Avaliação feitas para este fim, mesmo que a hierarquia diga que não o é, continua sendo esta a realidade no chão do peão) se ele mostrar que Deus tem os pés fincados no meio da peonada e não no meio dos patrões. Pior ainda, se disser que Deus quer acabar com esta sociedade onde há patrões e peões para que haja uma sociedade de iguais, de irmãos e de irmãs como nos ensina a Bíblia. Por isso na igreja nos chamamos de irmãos e irmãs, mas a gente nunca deve tirar as devidas conseqüências disto. Isto é só pro forma, um faz de conta. Por que? Porque o que está escrito na Bíblia a gente igual não consegue fazer (me disse um peão que achava que era patrão); isto é apenas para o pastor falar, é o papel dele, ele é pago para isto; são coisas da religião e não são para serem entendidas e nem para serem levadas a sério, você tem que crer somente (o que o patrão diz). O patrão tem este poder de chutar o/a pastor/a porque tem milhões de aliados, tanto na diretoria como na paróquia toda, que são os peões que querem ser patrões e pensam e agem como estes, defendendo a unhas e dentes esta sociedade desigual que os está matando. Pobres de espírito! e também de capital.
Como o Espírito Santo é teimoso ele continua mostrando que Deus tem os pés fincados no meio da realidade opressiva do chão da peonada na luta contra o sistema econômico opressor onde os peões e também os patrões apenas são marionetes controladas pelo próprio sistema capitalista, que entremete já virou deus, pois a maioria dos cristãos não admite que ele seja eliminado. A maioria dos cristãos acha que o capitalismo é eterno e sagrado e por isso não pode ser questionado, atacado e muito menos mudado, por ser divino, pois Deus é imutável e o deus capital também. É heresia dizer que o capitalismo é um instrumento que o diabo usa para tentar impedir a construção do Reino de Deus. Quem diz isto tem que ser crucificado como herege como Jesus o foi. Esquecem, no entanto, que o capitalismo não salva, só Deus salva. A tarefa de anunciar isto cabe a nós que somos peões. Reconquistamos a partir do Evangelho de Jesus Cristo a liberdade de nossa cabeça e quem dita para ela o que pensar são nossos pés fincados no meio da peonada, como Deus os continua tendo, para acabar com esta realidade opressiva imposta pelo capital e participar da construção do novo que Jesus Cristo chama de Reino de Deus. Este Reino de Deus sempre aponta para a esperança da construção de uma nova sociedade não capitalista. Esta é a esperança que nos move!
2 Pe 3.13: "Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça". Amém!
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