29 de agosto de 2012

Pelo Direito à Liberdade de pregar pura e retamente o Evangelho de Jesus Cristo na IECLB.



A APPI está lutando contra os itens do EMO, que tratam do TAM e da Avaliação dos/as pastores/as, que estão sufocando a pregação pura e reta do Evangelhode Jesus Cristo na IECLB.

O Conselho da Igreja em sua última reunião de julho de 2012 manteve os itens do EMO e apenas desvinculou o TAM da Avaliação o que na prática não muda nada.

Como acontece na prática a intimidação, o controle e a sufocação da pregação pura e reta do Evangelho nas comunidades da IECLB? Dou um exemplo:

Numa comunidade do Sínodo Uruguai o vice presidente da comunidade, que de fato manda na comunidade, mandou um ex-presidente da comunidade intimidar os pastores da paróquia, que estão tentando moralizar o envio correto do Dízimo nesta comunidade, que o sonega em parte, dizendo que a função dos pastores é a área espiritual e que a função administrativa é do presbitério. Em outras palavras ele disse: não se metam na fiscalização das contas da comunidade, isto não é de vossa alçada e deixa a gente fazer a corrupção em paz.

Com isto o aviso foi dado: continuem nos fiscalizando e não terão o TAM renovado quando expirar o prazo. Isto não foi dito expressamente, mas para bom entendedor meia palavra basta. É a corrupção tentando dar a linha teológica na comunidade. É uma espécie de mini-crime-organizado como o vemos nas esferas federais atualmente mostrado pela mídia. O Sínodo sabe da sonegação do Dízimo desta comunidade e de outras e não compõe uma Comissão de Finanças para fiscalizar esta comunidade e as outras que tem a mesma prática. Será que o Conselho Sinodal está com o rabo preso? Desta forma a estrutura da IECLB está deslegitimando e tirando o apoio aos colegas desta comunidade que estão cumprindo com o seu dever de também fiscalizar as finanças das comunidades tarefa na qual foram investidos quando da sua Ordenação. Os colegas estão resistindo às pressões de vender o Evangelho, mas inevitavelmente, se não houver uma intervenção da estrutura, correm o risco de não terem o TAM renovado por seguirem as normas da Igreja. Significa que é penalizado quem é correto e é recompensado e legitimado quem é corrupto e ladrão.

Eu votei contra a proposta de Reestruturação que instituiu o Dízimo (que, diga-se de passagem, não tem nada a ver com o Novo Testamento), como forma de combater a corrupção das cotas então existentes e agora sou eu que tenho que defender as práticas de uma estrutura com a qual não concordo e não vejo apoio dos que quiseram esta estrutura neoliberal em por ordem nesta bagunça e me olham com expressões de reprimenda se chamo os sonegadores de corruptos e de ladrões dizendo que eu sou muito direto no meu falar. Parece que na Igreja não se pode falar a verdade. Portanto, a corrupção é coisa sabida e antiga na Igreja, mas não vejo um processo massivo de combate à ela a não ser no Sínodo Noroeste Riograndense (pode ser que outros sínodos tenham atitudes semelhantes, mas não sou conhecedor disto). Sou membro desta Igreja e defendo a execução correta das leis por esta estrutura que não aprovei. Protesto quando não concordo com as decisões desta Igreja, mas me sujeito às decisões da Igreja, sob protesto quando não concordo. Não admito que a estrutura deixe colegas à deriva quando estão sendo corretos na execução de suas tarefas. Protesto contra a corrupção dentro da Igreja e pelo fato da Igreja não tomar atitudes para frear o processo de corrupção e deixar que colegas sejam condenados a se transferir porque não concordam com a corrupção quando chegar a hora de renovar o TAM. O TAM é o mecanismo sutil que a direita conservadora também usa, além de defender sua corrupção, para tentar barrar qualquer ameaça ao sistema capitalista que inevitavelmente virá através da pregação do Evangelho de Jesus Cristo. O TAM e a Avaliação se mostraram totalmente ineficazes em tirar colegas que estão muitos anos na paróquia porque eles estão blindados pelas articulações que fizeram na paróquia. Assim, o TAM é ineficaz para isto, mas é eficaz em impedir, atrapalhar a pregação pura e reta do Evangelho.

Com a manutenção dos parágrafos do EMO no que se refere ao TAM e à Avaliação a Direção da Igreja sacramentou a negação do que prega, pois diz que na IECLB se prega pura e retamente o Evangelho de Jesus Cristo. Mantendo estes parágrafos do EMO a IECLB mantém a decisão de deixar as portas abertas para a venda do Evangelho de Jesus Cristo por pastores e pastoras que não tem forças para resistir às pressões de quem quer manter o status quo. Paulo diz em Rm 12.2 para não nos conformar com este século, com o capitalismo, e com isto está dizendo que a essência do Evangelho de Jesus Cristo é a insurgência contra o status quo o que vai levar à cruz, com diz Paulo em 1 Co 1.18. Sabemos que é isto, mas não admito que a própria estrutura, que deveria dar respaldo à seus pastores e pastoras, não o dá quando o deveria dar.

Por que os/as obreiros/as da IECLB quase não mais participam das lutas do Movimento Popular e Sindical, junto com os membros que participam destas lutas e que não se conformam com este século, como requerem as decisões conciliares dos anos 80? Porque a pastorada está intimidada e não se sente livre para pregar reta e puramente o Evangelho de Jesus Cristo. A prática da IECLB está mostrando isto, não estou inventando coisas. As lutas do povo explorado e oprimido pelo capital, que são mais de 95% de nossos membros, não são preocupação da IECLB e de seus obreiros/as; deveriam ser como diz Jesus Cristo em Lc 4.18-19; Mt 25.31-46 e como constam nas cartas em 1 Co 1.18-29; Tg 1.27, para citar alguns textos bíblicos. As lutas do povo brasileiro por direito e justiça não mais fazem parte da prática e preocupação da IECLB. É o que me mostram as práticas nas comunidades.

A teologia oficial da IECLB podemos ler no Jorev Luterano e ali não encontramos artigos ou notícias sobre as lutas do povo brasileiro através dos movimentos populares e sindicais pelo direito, pela justiça e por esta nova sociedade não classista que é o Reino de Deus.

A decisão de manter os itens do EMO no que se refere ao TAM e à Avaliação e apenas desvincular um do outro reforçam esta caminhada para afastar os/as pastores/as da luta pelo direito e pela justiça e pela não conformação com este século. A prática tem mostrado que normalmente o TAM e a Avaliação não estão à serviço do Evangelho. A prática tem mostrado que a Avaliação é apenas e de fato do/a pastor/a e não do campo de atividade ministerial, pois quando o campo se nega de fazer a avaliação a estrutura não o consegue fazer. No exemplo de Palmitos se mostra isto: há dois anos a Paróquia de Palmitos e os colegas que moram em Palmitos foram avaliados e agora a pastora desta mesma paróquia, que mora em Riqueza, está sendo avaliada e ainda se diz que a Avaliação é do Campo de Atividade Ministerial: presbitérios, comunidade e pastores/as. Se fosse o Campo os três seriam avaliados junto com o Campo e não o foram. O que a instituição fala não condiz com a sua prática. Então não me venham dizer que a Avaliação é do Campo de Atividade. Não estou dizendo que não se precisa fazer avaliação da caminhada na paróquia junto com seus obreiros/as, ela é necessária e fundamental, mas este mecanismo do EMO está viciado e se presta a impedir e atrapalhar a liberdade de pregar reta e puramente o Evangelho de Jesus Cristo na paróquia. A prática está dizendo isto. E a prática está mostrando que este mecanismo do EMO está tirando ou, no mínimo, limitando a liberdade de pregar reta e puramente o Evangelho na paróquia.

A Igreja reprime seus obreiros/as pelas leis repressivas e com isto muitos não se sentem livres em pregar pura e retamente o Evangelho, mas não reprime os membros dos presbitérios corruptos que sonegam parte do Dízimo. No que diz respeito à Subsistência Ministerial é a mesma coisa: protege as paróquias para que não sejamos ligados às normas da CLT assinando nossa carteira de trabalho e mantém a defasagem salarial com a proposta de só repor parte da defasagem em 2017 (dando um prejuízo à cada obreiro/a de mais de 28 mil reais de 2013 a 2017) e obriga os/as obreiros/as a pagar Imposto de Renda sobre seu 13°, suas férias, sua contribuição ao INSS, AMA, Luterprev e Reserva Ministerial; isto se chama: bitributação. Não somos inimigos das paróquias, apenas queremos ser tratados com igualdade e justiça.

Na minha leitura este mecanismo do EMO junto com toda a Reestruturação são apenas mecanismos que a direita usou e continua usando para defender o seu projeto de igreja numa tentativa de validar o projeto do capital numa luta contra a Teologia da Libertação que ameaça a reprodução do capital. É a luta de classes se manifestando na Igreja, afinal a Igreja não vive numa redoma de cristal, mas vive na sociedade dominada pela prática econômica e ideológica do capital e é influenciada e usada por ele. A minha luta não é apenas contra alguns itens do EMO e algumas incoerências desta Igreja, a minha luta é pela reestruturação da Reestruturação. Esta estrutura não serve e nem a teologia que a criou.

Está aberta a temporada da venda do Evangelho!

Quem dá mais?!

Nenhum comentário:

Postar um comentário