10 de novembro de 2011

Como hoje se tenta impedir a revolução.

1. Fazendo propaganda do consumo egoísta
2. Com a propaganda se incentiva ao consumo para que se possa produzir mais mercadorias que geram o mais valor – o lucro
3. Para dar a sensação, ao consumir, que se é livre
4. Para satisfazer o ego de ser igual ao outro que já tem esta mercadoria
5. Para mostrar que não há outra forma de organizar a sociedade além do capitalismo
6. Ao se fazer a propaganda do consumo de mercadorias se injeta e interioriza a mentalidade capitalista na pessoa

O que não aparece a primeira vista é o fato de que com o aumento do consumo aumenta a produção da mercadoria e com isto aumenta o lucro do capitalista pela exploração e o não pagamento ao trabalhador/a de parte de seu tempo que vai além do valor de seu salário.
Como vive o/a trabalhador/a que produz a mercadoria, que no processo de produção é explorado pelo não pagamento de parte de seu trabalho que gera o lucro?
Ele/a vive com sua família num apartamento ou casinha apertada de 40 a 50 m², se tiver sorte, e tem a ilusão de bem estar porque tem uma TV e um celular. Para ter isto é esfolado no trabalho e recebe um valor ínfimo do que gera como mostram os dados da revista Exame de 2008 onde as empresas colocam quanta riqueza um trabalhador gera por ano. Os valores mostrados pela revista Exame são em dólares. Por exemplo, na Refap do RS cada empregado gerou em 2008 o valor de 2.765.646 dólares. Quanto será que este trabalhador ganhou em salário durante este ano? No caso da Souza Cruz cada empregado gerou o valor de 580.653 de dólares em 2008. Quanto será que o empregado recebeu durante o ano em salário, em reais? O dólar valia em dezembro de 2008 R$ 2,33. O que a TV também não mostra é o ritmo alucinante dos trabalhadores na indústria da carne que mutila e inviabiliza o empregado/a para o trabalho em 5 a 10 anos.
Hoje uma família de trabalhadores dá graças a Deus ao conseguir uma casa com 40 m² do Projeto Minha Casa Minha Vida e se sente realizada e segura, se apertando para viver. Esses apartamentos são tão apertados que literalmente as pessoas têm que se espremer ali dentro para viver.
A TV impele ao consumo que por sua vez aliena da luta pela justiça e pelos direitos inatos da classe trabalhadora. Quando da crise de 2008 o presidente Lula disse: vamos fazer compras (para salvar o capitalismo). A Ditadura do Pensamento Único para legitimar a Ditadura do Capital diz que não há outra forma de organizar a vida e a sociedade além do capitalismo, por isso vamos consumir, pois consumindo se mantém a opressão sobre a classe trabalhadora no local de trabalho onde é gerada a mercadoria que produz o lucro pelo roubo de parte do trabalho não pago ao trabalhador/a. Portanto: o roubo está na origem do capital. O capital surge do roubo de parte do trabalho não pago na produção de mercadorias. A essência do capitalismo está no roubo. Isto podemos comprovar na história do Brasil e da América. Os portugueses e espanhóis vieram para cá, não para trabalhar, mas para ficar ricos. Para ficar ricos escravizaram os povos indígenas e os povos africanos e roubaram as riquezas minerais e naturais daqui para levá-los para a Europa. Assim a riqueza da Europa veio do roubo de nossas riquezas e do trabalho dos escravos que não foi pago. Ainda nem estou falando do massacre de 5 milhões de pessoas dos povos indígenas no Brasil que ocorreu para garantir o roubo das riquezas naturais e das riquezas advindas do trabalho dos escravos que construíram a nossa economia. Também nem estou falando dos massacres contra os camponeses, indígenas e negros que se levantaram contra a opressão capitalista.
Mesmo assim a ideologia da classe capitalista consegue iludir a classe trabalhadora de que não existe nada melhor que o capitalismo. Por que? Porque desde pequena a pessoa na família é ensinada a ser capitalista, na escola, na igreja é ensinada a ser capitalista. As vítimas do sistema capitalista, por não saberem como o sistema funciona, educam seus filhos e filhas neste sistema opressor e assassino da própria classe trabalhadora.
A nós cristãos cabe anunciar o Evangelho do Reino de Deus como opção contra o capitalismo, esta é a essência do Evangelho: acabar com o capitalismo, pois o capitalismo é o que a Bíblia chama de: mundo. Lemos em 1 João 2.15 que diz: “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele”. Amar o capitalismo é amar o mundo e quem ama o mundo não ama a Deus. O que significa amar o capitalismo? Significa defender o capitalismo como única forma de organizar a vida e a sociedade. Nós cristãos defendemos como única forma de organizar a vida e a sociedade o Evangelho do Reino de Deus e não o capitalismo. Esta é a Revolução do Reino de Deus iniciada por Jesus Cristo. Paulo lembra em 1 Co 1.26-29: “Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus”. Ele está dizendo que Deus usa os fracos e desprezados para acabar com o sistema que acha que é a única forma de existência. A Cruz de Cristo é o ponto alto da Revolução do Reino de Deus, pois mostra que é a partir da fraqueza e dos enfraquecidos que brota o poder de Deus para acabar com o projeto deste mundo que hoje se chama capitalismo. Quem são hoje os fracos e enfraquecidos e considerados nada? A classe trabalhadora e os povos originários (povos indígenas). Mas esta fraqueza é um imenso poder que os poderosos temem como a própria morte e por isso controlam o Estado para reprimir qualquer tentativa dos oprimidos, que nada são considerados, de acabar com aquilo que eles acham que é: o capitalismo. Deus é contra o capitalismo porque ele é a favor do Reino de Deus. Para anunciar este Reino de Deus ele se fez pessoa na classe camponesa palestina em Jesus de Nazaré que foi crucificado como uma ameaça ao poder deste mundo como nos falam as acusações sob as quais Jesus foi crucificado conforme Lc 23.2,5.
Tiago 4.4 lembra: “Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. Ser amigo do capitalismo é ser inimigo de Deus e quem é inimigo de Deus não tem a salvação e nem a vida eterna, mesmo que tenha sido batizado e diga: “Eu tenho Jesus no coração” e cante glória a Deus em hinos gospel.

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