“Deus é o mesmo!” dizem muitos. É tudo a mesma coisa? É tudo igual nas igrejas?
Diferenças com a Igreja Católica Romana:
Ordenação sacerdotal somente de homens.
Adoração e intercessão através dos santos.
Sacramentos: tem 7 sacramentos
Santa Ceia não pode ser celebrada ecumenicamente
Hierarquia
Celibato
Administração a nível mundial.
Promessas e pagamento de promessas
Indulgências - visitando santuários
Se considera a única e verdadeira igreja apostólica
Diferenças com muitas Igrejas Pentecostais:
Lei: - mulheres não podem cortar o cabelo
mulheres não pode usar roupa considerada masculina
não podem beber ou fumar
não podem ir ao baile. Etc.
Promessas de curas e milagres
Êxtase e dom de falar línguas
Muito interesse no dinheiro
Teologia da bênção é muito acentuada
Rebatismo e batismo do Espírito Santo
Não tem cruz afixada nas igrejas
Teologia da glória
As Bases da Fé da Igreja Evangélica de Confissão Luterana
Somente Cristo
Martin Luther explica: “Creio que Jesus Cristo, verdadeiro Deus, gerado do Pai desde a eternidade, e também verdadeiro ser humano, nascido da virgem Maria, é meu Senhor”. Jesus é aquele que me dá cobertura perante o juízo de Deus. Com a passagem de Jesus pela morte ele fez um buraco na morte onde se pode passar com Jesus. Desde Jesus Cristo a morte não é mais a última palavra mas a penúltima palavra. Jesus é o devorador da morte. Somos criaturas de Deus viciadas. O Deus criador em cólera diante de sua criatura viciada reage em Jesus Cristo. Deus recria estas criaturas através de Jesus Cristo e as recupera para se tornarem filhos adotivos - Rm 8, 12 - 17. Jesus é a encarnação de Deus. Deus se tornou carne em Jesus Cristo (Jo 1,14). Em João 14:6 diz: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”.
Cremos na ressurreição do corpo
A confissão de fé dos primeiros cristão em I Co 15,3-4 diz: Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados, foi sepultado (morto) e ressuscitou. A cruz e a ressurreição de Jesus Cristo são o centro da fé cristã. Se o corpo ressuscita então ele deve ser valorizado e não pode ser escravizado, explorado e torturado. Como diz Paulo em I Co 6, 19: “Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo que está em vós...” Explorar alguém é explorar a Deus.
A fé na ressurreição da alma nada tem a ver com a fé cristã. A questão da ressurreição da alma vem da filosofia grega (hoje o espiritismo diz algo semelhante) que ajudava a legitimar o sistema econômico opressor. A questão da imortalidade da alma não é bíblica e nem luterana. A Bíblia diz que somente Deus é imortal em I Timóteo 6, 15 - 16: “... o Rei dos reis e o Senhor dos senhores; o único que possui imortalidade”.
Se o corpo e a alma são uma coisa só e se o corpo ressuscita então não dá para escravizar e explorar o corpo (vida) de uma pessoa. A partir da fé na ressurreição do corpo os cristãos não admitem a escravidão, o racismo, a exploração, a tortura, o fato de existirem agricultores sem terra, famílias sem teto, trabalhadores com salário indigno e desemprego pois tudo isto atinge e degenera o corpo das pessoas.
Salvação por:
Fé
A IECLB tem como fundamento o Evangelho de Jesus Cristo, pelo qual, na forma das Sagradas Escrituras do Antigo e do Novo Testamento, confessa sua fé no Senhor da una, santa, universal e apostólica Igreja. Os credos da Igreja Antiga, a Confissão de Augsburgo inalterada e o Catecismo Menor de Martim Lutero constituem expressão da fé confessada pela IECLB. A natureza ecumênica da IECLB se expressa pelo vínculo de fé com as igrejas no mundo que confessam Jesus Cristo como único Senhor e Salvador. (Constituição da IECLB, Art. 5º)
Graça
Confessamos que o pecador é justificado pela fé na ação salvífica de Deus em Cristo; a possibilidade da salvação lhe é presenteada pelo Espirito Santo no batismo como fundamento de toda a sua vida cristã. Na fé justificadora, o ser humano confia na promessa graciosa de Deus; nessa fé estão compreendidas a esperança em Deus e o amor a ele. Essa fé atua pelo amor; por isso o cristão não pode e não deve ficar sem obras. Em Efésios 2:8 diz: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus”
Escritura
As pessoas justificadas vivem a partir da fé que provém da palavra de Cristo e que atua no amor, o qual é fruto do Espírito (Gl 5.22s.). Luther diz: “Só é preciso uma única coisa para a vida, a justiça e a liberdade cristã. É a sagrada palavra de Deus, o evangelho de Cristo. (...) importa que tenhamos como certeza inabalável: a alma pode dispensar tudo, menos a palavra de Deus, sem a qual nada lhe aproveita. Quem tem a palavra, no entanto, é rico e não carece de nada, pois é palavra da vida, da verdade, da luz, da paz, da justiça, da salvação, da alegria, da liberdade, da sabedoria, da força, da graça, da glória e de tudo que é bom de forma imensurável”. Esta palavra nos é revelada pela Bíblia. A Bíblia nos revela Jesus Cristo com sua mensagem do Reino de Deus (Lc 4, 43).
Ao mesmo tempo Justo e Pecador
Visto que poderes e ambições atribulam as pessoas crentes por fora e por dentro (Rm 8.35-39; Gl 5.16-21) e elas caem em pecado (I Jo 1.8,10), precisam repetidamente ouvir as promissões de Deus, confessar seus pecados (I Jo 1.9), participar do corpo e do sangue de Cristo e ser exortadas a viver uma vida justa em conformidade com a vontade de Deus. Não obstante, a pessoa justificada, durante toda a vida, permanece incessantemente dependente da graça de Deus que justifica de modo incondicional. Também a pessoa justificada precisa pedir, como no Pai-Nosso, a cada dia o perdão de Deus (Mt 6.12; I Jo 1.9), é chamada constantemente à conversão e ao arrependimento e recebe constantemente o perdão.
Não precisamos pagar os nossos pecados
Confessamos que Deus, por graça, perdoa ao ser humano o pecado, e o liberta ao mesmo tempo do poder escravizador do pecado em sua vida e lhe presenteia a nova vida em Cristo (Mt 26, 28). Quando o ser humano tem parte em Cristo na fé, Deus não lhe atribui seu pecado e, pelo Espirito Santo, opera nele um amor ativo. Ambos os aspectos da ação graciosa de Deus não devem ser separados. Eles estão correlacionados de tal maneira, que o ser humano, na fé, é unido com Cristo, que em sua pessoa é nossa justiça (ICo 1.30): tanto o perdão dos pecados quanto a presença santificadora de Deus.
Jesus Cristo é o único Mediador
A afirmação do sacerdócio geral de todos os crentes implica em que o clero não pode mais reivindicar para si a função de mediar o relacionamento entre Deus e os demais cristãos. Único mediador é Cristo e sua palavra. Não há necessidade de outros mediadores, pois todos os batizados e crentes são membros plenos do povo de Deus, tendo, portanto, acesso imediato a Deus através da fé e da oração (Hb 9,15; I Tm 2,5: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem”).
Lei e Evangelho
Lei e Evangelho são palavra de Deus, dirigida ao ser humano, mas de maneira diferenciada. A Lei ordena a justiça que deve ser cumprida. O Evangelho aponta para Cristo, no qual está cumprida a justiça que é apreendida pela fé. Na Lei Deus exige, no Evangelho ele doa. A Lei acusa, condena e mostra ao ser humano sua verdadeira situação diante de Deus, que ele é pecador. No Evangelho, o próprio Deus anula a condenação dos que estão sob a Lei, por havê-la eliminado de uma vez por todas, na cruz, para a salvação dos pecadores.
Liberdade: não estou sujeito a ninguém e sou servo de todos
Nós evangélicos luteranos somos livres a partir da salvação que nos foi dada por Jesus Cristo. Martin Luther descreve a “liberdade cristã” assim: “O cristão é um senhor livre de tudo, a ninguém sujeito. O cristão é um servo dedicado a tudo, a todos sujeito”. Em I Coríntios 9:19 diz: “Porque, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível”.
Luther diz: “Cabe também aqui aplicar o que antes se disse: O cristão é servidor de todas as coisas e está sujeito a todos. Isto significa que, sendo livre, nada precisa fazer; sendo servo, deve fazer muitas e diversas. Vejamos como isto acontece:
Ainda que a pessoa já esteja interiormente, isto é, no que respeita à alma, bastante justificada e de posse de tudo quanto necessita, continua, contudo, na vida corporal e há de governar seu próprio corpo e conviver com seus semelhantes. Aí é que começam as obras. A pessoa, deixando de lado a ociosidade, será obrigada a guiar e disciplinar moderadamente o seu corpo com jejuns, vigílias e trabalho. E exercitando-se a fim de su¬jeitar-se e igualar-se à pessoa interior e à fé, de modo que não seja impedida, nem faça oposição como acontece quando não se está obrigado. A pessoa interior está unida a Deus, feliz e alegre por Cristo que tanto fez por ela, e seu maior e único prazer é, por sua vez, servir a Deus com um amor desinteressado e voluntário”. (Da Liberdade Cristã)
Sacerdócio real de todos os crentes
I Pe 2,5.9 diz que nós somos sacerdócio santo e raça eleita, nação santa e povo de propriedade exclusiva de Deus para proclamar o Evangelho. Martin Luther redescobriu e reafirmou em seu tempo o Sacerdócio Geral de Todos os Crentes, ou seja, que todos os batizados e crentes são sacerdotes.
O sacerdócio geral de todos os crentes afirma que todos os cristãos são ordenados sacerdotes através do batismo, com direito de se apresentar diante de Deus, de interceder junto a Deus por outras pessoas e de proclamar a elas a Sua vontade. Luther diz: “Cada cristão tem a palavra de Deus e foi instruído e ungido por Deus para ser sacerdote... Tendo eles a palavra de Deus e sendo por ele ungidos, também têm o dever de confessar, ensinar e difundi-la...”
Dois Sacramentos: Batismo e Ceia do Senhor
A Confissão de Augsburgo diz no Artigo X: “Da ceia do Senhor se ensina que o verdadeiro corpo e o verdadeiro sangue de Cristo estão verdadeiramente presentes na ceia sob a espécie do pão e do vinho e são nela distribuídos e recebidos”.
A Confissão de Augsburgo diz no Artigo IX: “Do batismo se ensina que é necessário e que por ele se oferece graça; que também se devem batizar as crianças, as quais, pelo batismo, são entregues a Deus e a ele se tornam agradáveis”.
Teologia da cruz
A cruz (I Co 1, 18-25; II Co 12, 9-10) com o crucificado, além da figuração candente do “sacrifício de Jesus na cruz que trouxe a nossa salvação” traz mais significados ainda:
A poimênica, para pessoas atribuladas e depressivas, doentes e moribundas (Jo 3,14ss).
A questionadora, de a pessoa se perguntar a quantas anda a sua relação com o crucificado (Jo 19,37). A cena no calvário, esculpido por Aleijadinho, que mostra um menino levando um enorme prego para o Gólgata, lembra que não há inocentes.
A desafiadora, no sentido de enxergar, denunciar e evitar que Jesus Cristo seja novamente crucificado (Hb 6,1ss), por pessoas cristãs ou não.
A convocadora, que acontece em três níveis:
a) Reconhecer e se lembrar que a pessoa foi crucificada com Jesus Cristo (Gl 2, 19; Rm 6, 7-10), razão pela qual se crucifica “a carne com suas paixões e seus desejos”(Gl 5, 24s; Rm 6, 4, 11-14; Cl 3,5ss)
b) Levar a cruz por causa de Jesus Cristo (Mc 8, 31 - 9,1; Gl 6, 14)
c) Sob e com a cruz de Jesus Cristo quebrar as cruzes nas quais se pendura, hoje em dia, homens, mulheres e crianças (a grande cruz de Cristo carrega as nossas pequenas cruzes, diz Luther; e assim temos os ombros livres para as cruzes dos semelhantes).
Romanos 14:17 - Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.
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